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A Eficiência do projeto Woke do Estado-Pai

Um artigo de Laura Müller Machado, publicado na Folha de São Paulo no Dia dos Pais, repercutiu nas redes sociais. Apesar do título ‘clickbait’, questionando se a presença dos pais importa mesmo e comparando os efeitos do papel do pai junto aos filhos aos efeitos do programa Pé de Meia, ao longo do texto, temos respostas claras. Sim, a importância dos pais na vida das crianças é crítica e sim, os efeitos da presença ativa de um pai superam os potenciais efeitos do programa inclusive, mas não apenas, na redução da evasão escolar.

Embora o artigo citado não aponte, preciso destacar que quaisquer efeitos benéficos que o Pé de Meia possa ter na redução da evasão escolar são mínimos diante do altíssimo custo investido versus o catastrófico nível de aprendizagem com que os estudantes concluem o Ensino Médio. Como sabemos, não há qualquer perspectiva (ou intenção) de mudança nesse cenário; ao contrário. Dada a proposta do Governo Federal para o novo Plano Nacional de Educação, nos próximos 10 anos, mesmo uma eventual “despiora” está descartada. Conseguiremos o quase impossível: afundar ainda mais o nível da nossa Educação Básica. Nesse contexto, poderíamos julgar o programa Pé de Meia como uma política pública educacional ineficiente. Não é, mas voltarei a este ponto adiante.

A autora do artigo da Folha menciona também, como efeitos de uma paternidade participativa, crianças e jovens mais empáticos e sociáveis e uma vida mais significativa para os pais que são capazes de fortalecer seus vínculos afetivos e emocionais com os filhos. E chama a atenção sobre a importância de “contar aos pais o tamanho da sua importância, que é muito maior que a do Pé de Meia”. Sim. Em tempos de Wokismo, mais do que nunca, é preciso divulgar a verdade objetiva. É o que faço adiante.
Em 2023, foi publicado um estudo de Helen Norman e Jeremy Davies, da Universidade de Leeds – What a difference a dad makes – que comprova que pais que brincam, leem, jogam frequentemente com seus filhos pequenos impactam no desenvolvimento cognitivo deles. O estudo trabalha com uma amostra estatisticamente relevante de famílias onde há um pai e uma mãe e mostra que atividades com os pais trazem efeitos diferentes para os filhos pequenos quando comparados com as atividades com as mães. Efeitos igualmente importantes, mas diferentes. Uma dessas diferenças é justamente o caráter físico das brincadeiras dos pais.

Tais brincadeiras físicas, pouco suaves, mas que se dão em um contexto de total confiança e afeto da criança em relação ao pai, também são consideradas importantes por Warren Farrell, autor do livro, The Boy Crisis, publicado em 2018. O desafio físico e a percepção dos seus próprios limites físicos diante do pai, possivelmente trazem à criança o aprendizado de disciplina e autoridade, que dificilmente seria compreendido se fosse explicado em palavras. Talvez esteja aí também uma das razões pelas quais crianças sem pai tendem a ser mais emocionalmente frágeis, desobedientes e difíceis de controlar.
Aliás, segundo Farrell, crianças sem pai tendem a se sair pior em 70 áreas diferentes. Sem pai, a probabilidade é muito maior de elas terem menos habilidades sociais, serem menos empáticas, terem notas mais baixas, praticarem bullying na escola, evadirem a escola, terem uma gravidez na adolescência, serem adultos desempregados, se tornarem moradores de rua, se tornarem delinquentes, se envolverem em crimes violentos.

Farrell ainda afirma que as mães tendem a ser mais empáticas, o que significa mais atentas às necessidades dos filhos. E, pra criar um filho empático, é preciso ensinar a ele, o filho, a prestar atenção às necessidades dos outros. É isso que cria empatia e não a expectativa de que todos os seus desejos serão atendidos. Junte à fragilidade emocional de um adolescente, o narcisismo exaltado de alguém que jamais teve que se atentar às necessidades de alguém que não fosse ele próprio. É exatamente este o perfil ideal para ser aliciado pelos Woke, que facilmente o convencerão de que ele não é tratado como merece. Que seus pais não reconhecem seu valor, suas idiossincrasias, seus traumas, seu gênero. Que a sociedade que o oprime, que cobra dele responsabilidade e mérito, precisa ser destruída para que a justiça social prevaleça.

Em seu livro mais recente, Social Justice Fallacies, publicado em 2023, Thomas Sowell mostra que praticamente todas as patologias sociais, como crimes violentos, abuso de drogas e suicídio, por exemplo, se relacionam muito mais fortemente com a ausência de um pai do que com qualquer outro fator considerado isoladamente, aí incluídos os fatores raça e pobreza.
Evidentemente, esta não é uma notícia boa para aqueles que têm como objetivo destruir as bases da sociedade ocidental judaico-cristã, dentre elas a família. Para isso, é preciso fazer crer que pais, por exemplo, são, na melhor das hipóteses, perfeitamente dispensáveis para os filhos e que tais patologias se devem aos sistemas de opressão, que devem ser combatidos através de políticas educacionais que promovam a diversidade, a equidade e a inclusão.

Em um discurso em junho de 2023, na abertura do 26º encontro do Foro de São Paulo, ouvimos o presidente Lula dizer que ele e aqueles que ali estavam não apenas não se sentem ofendidos quando chamados de comunistas, como isso, para eles é motivo de orgulho. Conclamando os participantes do evento à luta, Lula disse: “Enfrentamos o discurso do costume, o discurso da família, o discurso do patriotismo. Ou seja, aquilo que enfrentamos, o discurso de tudo aquilo que a gente aprendeu historicamente a combater.”

Ora, combater o “discurso do costume e da família” é um dos principais objetivos do Wokismo. Jovens de famílias estruturadas tendem a ser emocionalmente estáveis, têm objetivos, projetos para sua vida. Não se interessam, portanto, por promover revoluções comunistas. Há, portanto, uma pauta em comum, o que nos leva de volta ao programa Pé de Meia.
Como disse anteriormente, não se trata de uma política pública ineficiente. Longe disso. Ineficiente seria se o governo tivesse quaisquer boas intenções educacionais e, como está claro, as intenções do Governo não são nem boas, nem educacionais. O que há é o firme propósito de garantir a formação de ativistas pela Justiça Social – que na linguagem Woke significa Comunismo. Ou, na melhor das hipóteses, que se forme um exército de analfabetos funcionais dependentes do Estado para sobreviver.

Além do apelo populista e eleitoreiro da redução da evasão escolar, sem que haja qualquer melhora no aprendizado, o Pé de Meia ajuda a difundir a normalização da ideia de que pais são desnecessários. Estudantes, suas famílias e a sociedade em geral se convencem cada vez mais de que o Estado não só pode como deve substituir os pais. Afinal, como prega a seita Woke, um dos sistemas que precisam ser destruídos é justamente o... Patriarcado. Caso alguém tenha esquecido, o termo ‘patriarcado’ se refere originalmente à forma de organização social em que predomina a autoridade paterna.

Artigo originalmente publicado no perfil do Estúdio 5o Elemento: https://x.com/Estudio5o/status/1824589878933254190

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Por Anamaria Camargo 16/08/2024