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O que é o Wokismo?

Wokismo ou Justiça Social Crítica é a seita baseada na crença de que todas as relações sociais e tudo o que a sociedade produz resultam da ação – consciente ou não – de grupos que desejam manter os sistemas de poder dos quais se beneficiam, às custas de grupos marginalizados. Exemplos de tais ‘sistemas de opressão’ seriam o racismo, o sexismo, a transfobia e a heteronormatividade. Segundo a doutrina Woke, o grau de marginalização a que grupos são submetidos é determinado pela posição que ocupam (sua posicionalidade) nas interseções das suas identidades, como raça, sexo, orientação sexual, etc. ​​​​​​​

​​​​​​​Como se trata de fé, essa percepção não pode nem deve ser submetida à análise baseada na racionalidade do método científico. Afinal, como disse acima, todas as relações sociais e tudo o que a sociedade produz – aí incluídos o pensamento racional, o método científico e a ideia de que existe uma verdade objetiva – supostamente são criações dos grupos interessados em manter seu poder. A mera sugestão de que outros fatores, não relacionados à posicionalidade de pessoas ou grupos, podem ter produzido situações de desigualdade na sociedade – suas escolhas ou inabilidade, por exemplo – apenas evidencia a má fé de quem sugere. Na melhor das hipóteses, trata-se de cômoda ignorância.

Até por isso, os Woke não aceitam (in)validar sua visão da sociedade através do método científico. Afinal, o método científico é baseado no princípio de que existe uma verdade objetiva a ser investigada através da razão. Para os Woke, a hegemonia cultural ocidental, em sua perspectiva racional, condiciona o comportamento das pessoas através de uma falsa consciência de si e do mundo. Só são capazes de enxergar a sociedade como ela foi e é construída aqueles que foram despertados para o que eles – baseados na Teoria Crítica neomarxista – chamam de “consciência crítica”. A esses cabe denunciar a opressão e “anunciar” a possibilidade de uma sociedade livre de tal opressão. O que se tem, portanto, é um entendimento circular: só tem “consciência crítica" quem percebe que a sociedade é estruturada a partir de um conflito entre opressores e oprimidos e só percebe que a sociedade é estruturada a partir de um conflito entre opressores e oprimidos quem tem "consciência crítica". Segundo a doutrina Woke, “experiências vividas” pelos oprimidos, considerando sua posição nas interseções das suas identidades, revelam conhecimentos que devem sempre ser legitimados. Como esses conhecimentos não se baseiam em características reais ou empíricas do objeto a que se refere, o que os legitima é a fé no poder revelador da “consciência crítica”.

Pessoas em posição de privilégio ou que não compartilham da fé Woke (mesmo que pertencentes a grupos ditos oprimidos) não têm legitimidade para argumentar a partir de suas “experiências vividas”. Os primeiros, porque são opressores e, portanto, agem de má fé – ainda que inconscientemente (!). E os segundos, porque não é possível tolerar pessoas que, mesmo oprimidas, não vivem a fé Woke. Esses são piores que os infiéis porque, apesar de terem acesso ao conhecimento, recusam a doutrina. São hereges e precisam ser extirpados para que, com sua falsa e enganosa legitimidade, não ameacem a fé do rebanho.

Cabe aos Woke então evangelizar: despertar o desejo de alcançar a “consciência crítica” no máximo de pessoas possível. Refiro-me ao desejo de alcançar porque, evidentemente, o acesso à totalidade do conhecimento é circunscrito à elite da seita. Não é um sectário qualquer, que vomite uma ou duas frases sobre a importância do antirracismo, que vai ser considerado como um verdadeiro conhecedor (gnóstico). Além do mais, desejar alcançar o conhecimento – e, evidentemente divulgar essa intenção tão virtuosa – já é o suficiente para que cada vez mais pessoas se engajem como obreiras da seita.

O grupo prioritário dos evangelistas Woke para a formação de obreiros é o das crianças. Além de facilmente manipuláveis, têm o vigor e a paixão dos verdadeiros revolucionários. Antes que tenham os valores dos pais incutidos em sua mente, precisam ser convencidos pela seita de que a sociedade os aprisiona. Precisam entender que são os guardas dessa prisão que os obrigam a se conformar com o gênero que lhes foi atribuído ao nascer e a adotar hábitos da supremacia branca. Precisam ser convencidos de que há vida fora da prisão e que a seita os protegerá: eles serão amados e valorizados pelo que verdadeiramente são. E a seita tudo fará para torná-los 'queer'; ou seja, tudo o que a sociedade considera como anormal, abjeto e ilegítimo. Essencial nesse processo de aliciamento de crianças é contar com o apoio de “profissionais” (“médicos”, “professores”, “psicólogos”, etc.) Woke, que apoiem a ideia de que a inocência infantil não passa de mais uma construção social, mais um muro erigido para que oprimidos não escapem da prisão.

O objetivo maior da seita Woke portanto é fazer ruir todos os pilares da cultura ocidental judaico-cristã. Na prática, isso significa criticar, “descentrar” e demolir ideias e valores como o direito à propriedade privada, a liberdade de expressão, a responsabilidade individual, a igualdade perante a lei, a inocência infantil, a família como unidade básica da sociedade, a meritocracia, a Ciência, as artes eruditas, as escolas e universidades, as relações hierarquizadas como as que existem entre pais e filhos e entre professor e aluno, e todas as ideias e instituições que resistam ao avanço do mal.​​​​​​​

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Por Anamaria Camargo 03/04/2024